sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Aula 7: Coerência.

Apostila adaptada de material do professor Tiago Cavalcanti (Colégio Master)

Cada palavra tem seu sentido individual, quando elas se relacionam elas montam um outro sentido. O mesmo raciocínio vale para as frases, os parágrafos e até os textos. Cada um desses elementos tem um sentido individual e um tipo de relacionamento com os demais. Caso estas relações sejam feitas da maneira correta, obtemos uma mensagem, um conteúdo compreensível, isto é, coerente.

Em uma redação, para que a coerência ocorra, as ideias devem se completar. Uma deve ser a continuação da outra. Caso não ocorra um encaixe de ideias entre as frases, elas acabarão por se contradizerem ou por quebrarem a linha de raciocínio. Quando isso acontece, dizemos que houve uma quebra da coerência textual. E essa quebra pode comprometer os 30% da nota que lhe compete.

A coerência é o resultado da não contradição entre as partes do texto e do texto com relação ao mundo – isto é, cada ideia exposta não só deve estar condizente com o exposto anteriormente, mas também precisa estar ligado aos pensamentos atuais da sociedade moderna, para não sofrer de “incoerência com a realidade”. A coerência está muito ligada à Coesão, pois uma melhor compreensão das ideias é obtida, quando o texto flui. Vejamos alguns exemplos de FALTA de coerência textual.

A falta de coerência em um texto é facilmente detectada por um falante da língua, mas não é tão simples notá-la quando é você quem escreve.

Como Evitar Falácias

Cuidado com as palavras! Cuidado com o que você ouve, lê ou escreve. Você não deve acreditar em tudo o que ouve ou lê. Você deve ter habilidade para lidar com discursos, com textos, com o que lhe dizem, com argumentos que lhe apresentam nos debates do dia-a-dia. Deve distinguir o que o vulgo confunde. Deve ter critérios para aceitar ou rejeitar enunciados, argumentos, declarações feitas. Muitas carecem de fundamentação.

São ardilosas. Enganadoras. Fraudulentas. Falsas. Falaciosas.

Como você reagiria, por exemplo, aos enunciados abaixo? Quais você aceitaria? Como você argumentaria para rejeitar os que devem ser rejeitados? Tente.

  1. Os brasileiros gostam de praia, café, carnaval e futebol.
  2. “A internet está repleta de pessoas de má fé, criminosos, pedófilos.”
  3. “Quem domina a internet são os adolescentes.”
  4. “O usuário de maconha é agressivo, violento.”
  5. “O bullying pode levar um jovem a cometer assassinatos violentos, como foi o caso do Realengo.” (redução ao absurdo)
  6. “Se permitirmos o aborto em casos de risco de vida para a mãe nos hospitais públicos, logo todo o mundo vai querer abortar por qualquer motivo, ninguém mais vai valorizar a gravidez e a taxa de natalidade vai acabar despencando, prejudicando a economia do País.” (redução ao absurdo)
  7. “Se permitimos que um menino de seis anos roube um beijo na bochecha da coleguinha de escola hoje, logo ele vai querer agarrá-la e, mais tarde, se tornará um maníaco sexual.” (redução ao absurdo)
  8. “Se deixarmos o governo vender uma estatal hoje, daqui a dois ou três anos o país inteiro vai estar nas mãos do empresariado internacional.”
  9. “Estão derrubando muitas árvores e por isso a floresta consegue sobreviver.”
  10. “O Governo Federal criou uma nova lei.”
  11. “Com o Enem, as pessoas do sudeste vão roubar as vagas da nossa universidade.”
  12. “A opção sexual deve ser escolhida com cuidado.”
  13. “O desemprego vem crescendo no Brasil.”
  14. “O aborto é uma prática perigosa porque é inseguro e arriscado.” (raciocínio circular)
  15. “Isso é uma verdade bíblica.” (egocentrismo ideológico)
  16. “A religião é uma coisa má. Veja só quantas guerras foram provocadas por ela.”
  17. “O ‘elo perdido’ entre o homem e os primatas não foi encontrado até hoje. Isso nos mostra que a Teoria da Evolução está errada e o livro bíblico de Gênese é que está com a razão ao falar da criação do primeiro casal por Deus.” (apelo à ignorância)
  18. “Isso é uma verdade tão sublime que um milhão de pessoas já a aceitaram como regra.” (apelo à multidão)
  19. “É melhor você votar pela condenação do réu ou você pode ser a próxima vítima dele.” (apelo ao medo)
  20. “A Astrologia é uma arte adivinhatória praticada há milhares de anos no Oriente. Conta-se que os antigos reis da Babilônia teriam feito uso dela para saber os dias mais propícios para as batalhas. Até os imperadores chineses recorriam aos astros para guiarem seus passos no governo. Com esse currículo respeitável, é inadmissível que ainda não a considerem uma ciência.” (apelo à tradição)
  21. “Essas práticas remontam aos primeiros séculos da nossa igreja. Como é possível questioná-las?” (apelo à tradição)
  22. “Apropriou-se ilicitamente de dinheiro público.” (eufemismo)
  23. “Todo americano é racista.” (generalização apressada)
  24. “Os nazistas usaram alguns escritos de Nietzsche em sua propaganda. A irmã de Nietzsche era nazista. Portanto, Nietzsche era nazista.” (supersimplificação)
  25. A lei que reduz o porte de armas de fogo deve ser abolida, pois, desde que entrou em vigor, a criminalidade aumentou.
  26. Os empregados são como pregos: temos que bater para que cumpram suas funções.
  27. Deve-se coibir usos como estes: "Me dá um cigarro", "eu vi ele", "tu foi", etc., porque, com essa permissividade, vamos reduzir a língua de Camões a uma falação de brutos, a uma língua pobre, de poucas palavras e alguns grunhidos.
  28. Você confia num médico que foi aprovado como cotista no vestibular?
  29. É perigoso viajar em carro dirigido por mulher.
  30. Crentes, muçulmanos, são todos uns fanáticos.
  31. Os padres são pedófilos, os padres são mulherengos, os padres só pensam em dinheiro, os advogados são uns enroladores, os políticos são corruptos, os médicos uns açougueiros, os alunos são uns deitados, etc.
  32. O elo perdido entre o homem e o macaco não foi encontrado: por isso a teoria da evolução está errada e a Bíblia está certa.
  33. Tratava-se de discutir e eleger o perfil do professor ideal: ele seria autoritário ou deveria dar plena liberdade aos alunos?
  34. Ele não merece o nosso voto, pois ele bebe.
  35. Isso é uma verdade tão sublime que um milhão de pessoas já a aceitaram como regra de fé.
  36. Essas práticas remontam aos primeiros séculos de nossa igreja. Como podemos questioná-las?
  37. Milhares de pessoas acreditam no poder das pirâmides. Sem dúvida, elas devem ter algo especial.
  38. Os índices de analfabetismo têm aumentado muito depois do advento da televisão. Obviamente ela compromete a aprendizagem.
  39. A grande maioria das pessoas deste país é favorável à pena de morte como meio de reduzir a violência. Ser contra a pena de morte é, pois, ridículo.
  40. Não é preciso conhecer matemática para vencer na vida. Meus conhecimentos dessa matéria não vão além das quatro operações e das frações ordinárias; no entanto tenho um salário maior do que o de muitos engenheiros.
  41. Quem nunca concluiu uma faculdade não tem autoridade para criticar nossa política educacional.

Todos os enunciados acima devem ser rejeitados. São falácias. São enunciados ou tentativas de persuadir o leitor mediante em raciocínio errôneo, mediante um argumento fraudulento, enganoso.

Essas falácias, como você pode constatar, estão em todos os discursos: na publicidade, na política, nas religiões, na economia, no comércio, etc.

Falácia é, pois, todo o raciocínio aparentemente válido, mas, na realidade incorreto, que faz cair em erro ou engano.

Tradicionalmente, distinguem-se dois tipos de falácias: o paralogismo e o sofisma. O paralogismo é uma falácia cometida involuntariamente, sem má-fé; o sofisma, uma falácia cometida com plena consciência, com a intenção de enganar.

Essa distinção não é, no entanto, aceitável, pois introduz um critério exterior à lógica - a ética. Dito de outro modo, não compete à lógica apreciar as intenções de quem argumenta. Por isso, tornam-se como sinônimos os termos falácia e sofisma.

A seguir, apresentam-se os principais tipos de falácias.

2. Tipos de falácias


2.1 Apelo à Força (argumentum ad baculum)

Definição:
Consiste em ameaçar com conseqüências desagradáveis se não for aceita ou acatada a proposição apresentada.

Exemplo:
- Você deve se enquadrar nas novas normas do setor. Ou quer perder o emprego?
- É melhor exterminar os bandidos: você poderá ser a próxima vítima.
- Cala essa tua boca, ou não te dou o dinheiro para o show.
- Ou nós, ou a desgraça, o caos.

Contra-argumentação:
Argumente que apelar à força não é racional, não é argumento, que a emoção não tem relação com a verdade ou a falsidade da proposição.


2.2 Apelo à Misericórdia, à Piedade (argumentum ad misericordiam, ignorância de questão, fuga do assunto)

Definição:
Consiste em apelar à piedade, à misericórdia, ao estado ou virtudes do autor.

Exemplo:
Ele não pode ser condenado: é bom pai de família, contribuiu com a escola, com a igreja, etc.

Contra-argumentação:
Argumente que se trata de questões diferentes, que o que é invocado nada tem a ver com a proposição. Quem argumenta assim ignora a questão, foge do assunto.


2.3 Apelo ao Povo (argumentum ad populum)

Definição:
Consiste em sustentar uma proposição por ser defendida pela população ou parte dela. Sugere que quanto mais pessoas defendem uma idéia mais verdadeira ou correta ela é. Incluem-se aqui os boatos, o "ouvi falar", o "dizem", o "sabe-se que".

Exemplo:
Dizem que um disco voador caiu em Minas Gerais, e os corpos dos alienígenas estão com as Forças Armadas.

Contra-argumentação:
Os educadores, os professores, as mães têm o argumento: se todos querem se atirar em alto mar, você também quer? O fato de a maioria acreditar em algo não o torna verdadeiro.


2.4 Apelo à Autoridade

Definição:
Consiste em citar uma autoridade (muitas vezes não - qualificada) para sustentar uma opinião.

Exemplo:
Segundo Schopearhauer, filósofo alemão do séc. XIX, "toda verdade passa por três estágios: primeiro, ela é ridicularizada; segundo, sofre violenta oposição; terceiro, ela é aceita como auto-evidente". (De fato, riram-se de Copérnico, Galileu e outros. Mas nem todas as verdades passam por esses três estágios: muitas são aceitas sem o ridículo e a oposição. Por exemplo: Einstein).

Contra-argumentação:
Mostre que a pessoa citada não é autoridade qualificada. Ou que muitas vezes é perigoso aceitar uma opinião porque simplesmente é defendida por uma autoridade. Isso pode nos levar a erro.


2.5 Apelo à Novidade (argumentum ad novitatem)

Definição:
Consiste no erro de afirmar que algo é melhor ou mais correto porque é novo, ou mais novo.

Exemplo:
Saiu a nova geladeira Pólo Sul. Com design moderno, arrojado, ela é perfeita para sua família, sintonizada com o futuro.

Contra-argumentação:
Mostre que o progresso ou a inovação tecnológica não implica necessariamente que algo seja melhor.


2.6 Apelo à Antigüidade (argumentum ad antiquitatem)

Definição:
É o erro de afirmar que algo é bom, correto apenas porque é antigo, mais tradicional.

Exemplo:
Essas práticas remontam aos princípios da Era Cristã. Como podem ser questionadas?

Contra-argumentação:
Argumenta que o fato de um grande número de pessoas durante muito tempo ter acreditado que algo é verdadeiro não é motivo para se continuar acreditando.


2.7 Falso Dilema

Definição:
Consiste em apresentar apenas duas opções, quando, na verdade, existem mais.

Exemplos:
- Brasil: ame-o ou deixe-o.
- Você prefere uma mulher cheirando a alho, cebola e frituras ou uma mulher sempre arrumadinha?
- Você não suporta seu marido? Separe-se!
- Quem não está a favor de mim está contra mim.

Contra-argumentação:
Simples. Mostre que há outras opções.


2.8 Falso Axioma

Definição:
Um axioma é uma verdade auto-evidente sobre a qual outros conhecimentos devem se apoiar. Por exemplo: duas quantidades iguais a uma terceira são iguais entre si. Outro exemplo: a educação é a base do progresso. Muitas vezes atribuímos, no entanto, "status" de axioma a muitas sentenças ou máximas que são, na realidade, verdades relativas, verdades aparentes.

Exemplo:
Quem cedo madruga Deus ajuda.

Contra-argumentação:
Mostre que muitas frases de efeito, impactantes, bombásticas, retóricas, muito respeitadas podem ser meras estratégias mediantes as quais alguém tenta convencer, persuadir o ouvinte/leitor em direção a um argumento. No caso dos provérbios, mostre que se contradizem:
- Ruim com ele, pior sem ele X Antes só do que mal acompanhado.
- Depois da tempestade vem a bonança X Uma desgraça nunca vem sozinha.
- Longe dos olhos, perto do coração X O que os olhos não vêem o coração não sente.


2.9 Generalização Não - Qualificada (dicto simpliciter)

Definição:
É uma afirmação ou proposição de caráter geral, radical e que, por isso, encerra um juízo falso em face da experiência.

Exemplo:
A prática de esportes é prejudicial à saúde.

Contra-argumentação:
Mostre que é necessário especificar os enunciados. Othon Garcia (Comunicação em Prosa Moderna, FGV, 1986, p. 169) ilustra como se pode especificar a falácia acima, dada como exemplo: A prática indiscriminada de certos esportes violentos é prejudicial à saúde dos jovens subnutridos.


2.10 Generalização Apressada (erro de acidente)

Definição:
Trata-se de tirar uma conclusão com base em dados ou em evidências insuficientes. Dito de outro modo, trata-se de julgar todo um universo com base numa amostragem reduzida.

Exemplos:
- Todo político é corrupto.
- Os padres são pedófilos.
- Os mulçumanos são todos uns fanáticos.

Contra-argumentação:
Argumente que dois professores ruins não significam uma escola ruim; que em ciência é preciso o maior número de dados antes de tirar uma conclusão; que não se pode usar alguns membros do grupo para julgar todo o grupo. Faça ver que se trata, na maioria das vezes, de estereótipo: imagem preconcebida de alguém ou de um grupo. Faça ver também que são fonte de inspiração de muitas piadas racistas, como as piadas de judeus (visto como avarento), de negro (vista como malandro ou pertencente a uma classe inferior), de português (visto no Brasil como sem inteligência), etc. É por isso que essa falácia está intimamente relacionada ao preconceito.


2.11 Ataque à Pessoa (argumentum ad homimem)

Definição:
Consiste em atacar, em desmoralizar a pessoa e não seus argumentos. Pensa-se que, ao se atacar a pessoa, pode-se enfraquecer ou anular sua argumentação.

Exemplo:
- Não dêem ouvidos ao que ele diz: ele é um beberrão, bate na mulher e tem amantes.
Observação: Uma variação de "argumentum ad homimem" é o "tu quoque" (tu também): Consiste em atribuir o fato a quem faz a acusação. Por exemplo: se alguém lhe acusa de alguma coisa, diga-lhe "tu também"! Isso, evidentemente, não prova nada.

Contra-argumentação:
Mostre que o caráter da pessoa não tem relação com a proposição defendida por ela. Chamar alguém de corrupto, nazista, comunista, ateu, pedófilo, etc. não prova que suas idéias estejam erradas.


2.12 Bola de Neve (derrapagem, redução ao absurdo reductio ad absurdum)

Definição:
Consiste em tirar de uma proposição uma série de fatos ou conseqüências que podem ou não ocorrer. É um raciocínio levado indevidamente ao extremo, às últimas conseqüências.

Exemplos:
- Mãe, cuidado com o Joãozinho. Hoje, na escolinha, ele deu um beijo na testa de Mariazinha. Amanhã, estará beijando o rosto. Depois.... Quando crescer, vai estar agarrando todas as meninas.
- O álcool e uma dieta pobre também são grandes assassinos. Deve o governo regular o que vai à nossa mesa? A perseguição à indústria de fumo pode parecer justa, mas também pode ser o começo do fim da liberdade. (Veja, agosto 2000, p.36)

Contra-argumentação:
Argumente dizendo que as conseqüências, os fatos, os eventos podem não ocorrer.


2.13 Depois Disso, logo por Causa Disso (post hoc engo propter hoc)

Definição:
É o erro de acreditar que em dois eventos em seqüência um seja a causa do outro. No extremo, é uma forma de superstição: eu estava com gravata azul e meu time ganhou; portanto, vou usá-la de novo.

Exemplo:
- O chá de quebra-pedra é bom para cálculos renais. Tomei e dois dias depois expeli a pedra.
Observação: uma variação deste sofisma é o chamado "non sequitur" (não se segue, "nada a ver") em que uma conclusão nada tem a ver com a premissa: Venceremos, pois Deus é bom. (Deus é bom, mas não está necessariamente a seu lado; os inimigos podem dizer a mesma coisa).

Contra-argumentação:
Mostre que correlação não é causação: o fato de que dois eventos aconteçam em seqüência não significa que um seja a causa do outro. Diga que pode ter sido apenas uma coincidência.


2.14 Falsa Analogia

Definição:
Consiste em comparar objetos ou situações que não são comparáveis entre si, ou transferir um resultado de uma situação para outra.

Exemplos:
- Minhas provas são sempre com consulta a todo tipo de material. Os advogados não consultam os códigos? Os médicos não consultam seus colegas e livros? Não levam as radiografias para as cirurgias? Os engenheiros, os pedreiros não consultam as plantas? Então?
- Os empregados são como pregos: temos que martelar a cabeça para que cumpram suas funções.
- Tomei mata-cura e fiquei bom. Tome você também.

Contra-argumentação:
Argumente que os dois objetos ou situações diferem de tal modo que a analogia se torna insustentável. Mostre que o que vale para uma situação não vale para outra.


2.15 Mudança do Ônus da Prova

Definição:
Consiste em transferir ao ouvinte o ônus de provar um enunciado, uma afirmação.

Exemplo:
Se você não acredita em Deus, como pode explicar a ordem que há no universo?

Contra-argumentação:
Mostre que o ônus da prova, isto é, a responsabilidade de provar um enunciado cabe a quem faz a afirmação.


2.16 Falácia da Ignorância (argumentum ad ignorantiam)

Definição:
Consiste em concluir que algo é verdadeiro por não ter sido provado que é falso, ou que algo é falso por não ter sido provado que é verdadeiro.

Exemplos:
- Ninguém provou que Deus existe. Logo, Deus não existe.
- Não há evidências de que os discos voadores não estejam visitando a Terra; portanto, eles existem.

Contra-argumentação:
Argumente que algo pode ser verdadeiro ou falso, mesmo que não haja provas.


2.17 Exigência de Perfeição

Definição:
É o erro de reivindicar apenas a solução perfeita para qualquer plano.

Exemplo:
A automação cada vez maior dos elevadores desemprega muitas pessoas. Isso, portanto, é ruim, economicamente desaconselhável.

Contra-argumentação:
Argumente que planos, medidas ou soluções não devem ser vistos como integralmente perfeitos ou prejudiciais. Mostre que podem existir objeções para qualquer medida. Que os desvantagens de um plano são suplantados pelas vantagens.


2.18 Questão Complexa (pergunta capciosa, falácia da interrogação, da pressuposição)

Definição:
Consiste em apresentar duas proposições conectadas como se fossem uma única proposição, pressupondo-se que já se tenha dado uma resposta a uma pergunta anterior.

Exemplos:
- Você já abandonou seus maus hábitos?
- Você já deixou de roubar no mercado onde trabalha?

Contra-argumentação:
Mostre que existem duas proposições e que uma pode ser aceita e outra não.

***

Nenhum comentário: