quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Conto de Artur Oscar Lopes

Notícias


CORREIO DO POVO 27/09/73
Informações

Maria Joana Knijnick, solteira, procura pessoa do sexo oposto para fim de casamento. O interessado deve ser pessoa sensível, que goste de ouvir música, seja alegre, que goste de passear domingo de manhã, que goste de pescar, que goste de passear na relva úmida da manhã, que seja carinhoso, que sussurre aos meus ouvidos que me ama, que tenha bom humor, mas que também saiba chorar. Que saiba escutar o canto dos pássaros, que não se importe de dormir ao relento numa noite de lua, que saiba caminhar nas estrelas, que goste de tomar banho de chuva, que sonhe acordado e que goste muito do azul do céu. Prefere-se pessoa que saiba escutar os segredos de um riacho e que não ligue aos marulhos do mar; que goste de bife com arroz e feijão, mas que prefira peru com maçã, dá-se preferência a pessoas de pés quentes, que gostem de andar de barco, que gostem de amar e que não puxem as cobertas de noite. Não se exige que seja rico, de boa aparência, que entenda Kafka ou saiba consertar eletrodomésticos mas exige-se principalmente que goste de oferecer flores de vez em quando.
End.: Rua da Esperança, 43.


CORREIO DO POVO 02/10/73
Informações

Maria Joana Knijnick, solteira, procura pessoa do sexo oposto para fim de casamento. O interessado deverá ser pessoa sensível e que tenha o hábito de oferecer flores.
End.: Rua da Esperança, 43.


CORREIO DO POVO 10/10/73
Informações

Maria Joana Knijnick procura pessoa que a ame e goste de oferecer flores de vez em quando.
End.: Rua da Esperança, 43.


CORREIO DO POVO 20/10/73
Informações

Maria Joana Knijnick pede que qualquer pessoa goste dela e suplica que lhe mande flores.


CORREIO DO POVO 14/11/73
Informações

A família da sempre lembrada Maria Joana Knijnick comunica o trágico desaparecimento daquele ente querido e convida os amigos para o ato de sepultamento. Pede-se não enviar flores.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Crônica (produção audio-visual)

Mais um trabalhinho legal pra vocês:

PARTE 1

Dividida em equipes de 4 pessoas, a turma deve montar uma seleção de "crônicas musicais" cuja estrutura apresente encaminhamento semelhante ao de uma crônica.

Há sugestões de 20 músicas no quadro "Para ouvir", na página 88 do nosso livro didático. Caso escolham outra canção que não esteja aí proposta, é necessário que o grupo a apresente à professora para que se analise se atende ou não à estrutura do gênero textual crônica.

Escolhida a música, a equipe deve preparar uma breve apresentação de slides no programa PowerPoint, ou no sítio YouTube, fazendo a associação entre música e imagens que possam ilustrar o seu encaminhamento. O tempo de duração do vídeo com as imagens será, naturalmente, o tempo de duração da música. Ao final dele, é necessário acrescentar um slide com informaçãoes como: nome do colégio, disciplina, professor (Débora Souza), data e nome dos integrantes da equipe.

Podem ser usadas fotos pessoais, desde que tenham relação com o texto apresentado. Não serão admitidas imagens com conteúdo pornográfico. Basta ter bom senso! ;)

Durante a apresentação para a turma, É OBRIGATÓRIO que seja entregue aos colegas uma cópia da letra da música, para que possam acompanhar a análise proposta pelo grupo.
O vídeo deve ser preferencialmente gravado em mídia digital (CD ou DVD) e, se possível, estar disponível na internete.


PARTE 2

A equipe deve produzir um texto com a seguinte estrutura:

O 1º parágrafo deve descrever a música escolhida: quem compôs, quem cantou, quem gravou, na voz de quem ela é mais conhecida, em que ano foi lançada, em que álbum está, qual o estilo musical etc.

O 2º parágrafo deve argumentar porque a canção escolhida pode ser considerada uma "crônica musical": que características em comum ela tem com o gênero estudado? sobre o que ela trata? qual o ponto de vista do autor? Que comportamento humano está sendo objeto de reflexão? etc. Prove suas ideias a partir de citações contidas no texto.
  • Atenção! As perguntas acima servem como orientação para construir o seu texto! Veja o modelo na postagem anterior deste blog (com a música O que sobrou do céu, d'O Rappa) e utilize o seu livro didático para um auxílio teórico.
  • DATA DE ENTREGA/APRESENTAÇÃO: 22/10/2009 (quinta-feira).
  • VALOR: 3,0 pontos para a Unidade V.

O que sobrou do céu (O Rappa)


Faltou luz, mas era dia
O sol invadiu a sala
Fez da tv um espelho
Refletindo o que a gente esquecia

Faltou luz, mas era dia

O som das crianças brincando nas ruas
Como se fosse um quintal
A cerveja gelada na esquina
Como se espantasse o mal

Um chá pra curar esta azia
Um bom chá pra curar esta azia

Todas as ciências
De baixa tecnologia
Todas as cores escondidas
Nas nuvens da rotina

Pra gente ver
Por entre os prédios e nós
Pra gente ver

O que sobrou do céu


O que sobrou do céu é uma canção d'O Rappa, com letra de Marcelo Yuka(ex-baterista do grupo). Ela foi lançada em 1999, no seu terceiro álbum,intitulado Lado B Lado A. O Rappa é uma banda brasileira conhecida por suas letras de forte impacto social. Seu ritmo não é exatamente definido nem mesmo pela própria banda. Embora seja de início principalmente reggae e rock, a banda também incorporou elementos de samba, funk, hip-hop, rap e MPB.

A letra de O que sobrou do céu pode ser considerada uma crônica musical, pois nela o autor observa a realidade do seu cotidiano de maneira diferenciada, buscando revelar o que está por trás das aparências. A falta de energia elétrica - e a consequente impossibilidade momentânea de assistir à tv - serve como ponto de partida para uma reflexão mais profunda sobre um ponto específico do comportamento humano. Marcelo Yuka diz que somos viciados a olhar para a televisão e para as outras tecnologias, criando uma "nuvem" que não nos deixa ver o quão bela pode ser nossa rotina. As crianças brincando na rua, a cerveja no bar da esquina e o chá para curar a azia são alguns dos fatos que passam à nossa volta e nos parecem insignificantes, destituídos do valor que os bens de consumo e o glamour dos artistas parece ter. O autor nos convida a interpretar esses pequenos momentos como preciosidades, como resultado de um paraíso perdido, do que sobrou do céu.
Foto: Victor Balde

terça-feira, 6 de outubro de 2009

FILTRO SOLAR (crônica)


http://www.youtube.com/watch?v=Owmw9Kb6GVs&feature=related

Nunca deixem de usar o filtro solar. Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: usem o filtro solar! Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência,já o resto de meus conselhos não têm outra base confiável além de minha própria experiência errante. Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês...

Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude. Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado. Mas pode crer que daqui a vinte anos você vai evocar as suas fotos, e perceber, de um jeito que você nem desconfia hoje em dia, quantas tantas alternativas se escancaravam à sua frente. E como você realmente estava com tudo em cima,você não está gordo ou gorda...

Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que "pré-ocupação" é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra. As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada,e te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de uma
terça-feira modorrenta.

Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.

Cante.

Não seja leviano com o coração dos outros. Não ature gente de coração leviano.

Use fio dental.

Não perca tempo com inveja. Às vezes se está por cima, às vezes por baixo. A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo. Não esqueça os elogios que receber.
Esqueça as ofensas. Se conseguir isso, me ensine. Guarde as antigas cartas de amor. Jogue fora os extratos bancários velhos.

Estique-se.

Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos 22 o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que eu conheço ainda não sabem.

Tome bastante cálcio. Seja cuidadoso com os joelhos. Você vai sentir falta deles.

Talvez você case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.

Faça o que fizer, mas não se auto congratule demais, nem seja severo demais com você. As suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo, é assim para todo mundo.

Desfrute de seu corpo use-o de toda maneira que puder, mesmo! Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele, é o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.

Dance. Mesmo que não tenha aonde além de seu próprio quarto. Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois. Não leia revistas de beleza, elas só vão fazer você se achar feio.

Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez. Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro. Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons.

Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que você conheceu quando jovem.

More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer. More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.

Viaje.

Aceite certas verdades inescapáveis: os preços vão subir, os políticos vão saracotear, você também vai envelhecer. E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes, e as crianças respeitavam os mais velhos.

Respeite os mais velhos! E não espere que ninguém segure a sua barra. Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada. Talvez você case com um bom partido, mas não esqueça que um dos dois de repente pode acabar.

Não mexa demais nos cabelos se não quando você chegar aos 40 vai aparentar 85.

Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que os oferecem. Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do
que vale.

Mas, no filtro solar, acredite.

TIM COX
(tradução de Pedro Bial)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"Sexa"


- Pai…
- Hmmm?
- Como é o feminino de sexo?
- O quê?
- O feminino de sexo.
- Não têm.
- Sexo não tem feminino?
- Não.
- Só tem sexo masculino?
- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e feminino.
- E como é o feminino de sexo?
- Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.
- O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra “sexo” é masculino. O sexo masculino, o sexo feminino.
- Não devia ser “a sexa”?
- Não.
- Por que não?
- Porque não! Desculpa. Porque não. “Sexo” é sempre masculino.
- O sexo da mulher é masculino?
- É. Não! O sexo da mulher é feminino.
- E como é o feminino?
- Sexo mesmo. Igual ao do homem.
- O sexo da mulher é igual ao do homem?
- É. Quer dizer… Olha aqui. Tem o sexo masculino e o sexo feminino, certo?
- Certo.
- São duas coisas diferentes.
- Então como é o feminino de sexo?
- É igual ao masculino.
- Mas não são diferentes.
- Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a palavra.
- Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.
- A palavra é masculina.
- Não. “A palavra” é feminino. Se fosse masculina seria “o pal…”
- Chega! Vai brincar, vai.

O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta:
- Temos que ficar de olho nesse guri…
- Por quê?
- Ele só pensa em gramática.

LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colasanti, 1972.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Poema tirado de uma notícia de jornal

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

Manuel Bandeira

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Homofobia já era!



Então, meus alunos queridos...

Parece que no dicionário de língua portuguesa não está inserido a palavra homofobia. Assim, cumpre perguntar: o que é homofobia? Pode-se dizer que é o preconceito motivado pela opção ou orientação sexual de determinada pessoa da sociedade, alcançando gays, lésbicas e bissexuais (GLB), ou, ainda, por identidade de gênero, que atinge travestis e transexuais (TT), gerando atos de violência contra essas pessoas. A homofobia se interrelaciona com outras formas de preconceito – por sexo, raça, classe social e idade, vitimando seus integrantes ou simpatizantes de diferentes formas.

Fonte: http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=88274


COMENTÁRIO HOMOFÓBICO SOBRE A PARADA GAY DE SERGIPE:
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NAda contra, apenas vcs deveriam ser mais educados ao tentar persuadir uma pessoa. Não veêm se estão acompanhadas ou se a pessoa ja é envolvida. Levam pra um mundo fora dos padrões da pessoa e conseguem iludí-la. Hj a questã de ser gay não é de berço como se pensava os cientistas e sim da safadeza humana. Então se querem ser iguais, sejam ao menos mais educados.
(anônimo), 25/08/2009 às 07:32
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A indignada resposta desta professora e cidadã e pessoa que vos fala:

Atos políticos como a Parada Gay acontecem justamente com o objetivo de fazer com que a sociedade enxergue os "diferentes" - negros, gays, portadores de necessidade especiais etc. - como pessoas "normais" (se é que existe esta tal "normalidade"), cidadãos e, sobretudo, seres humanos. Manifestações como a Parada Gay são motivadas pelo preconceito velado de um país onde a intolerância é disfarçada através de depoimentos que generalizam fatos isolados.

Homossexuais não querem ser santificados. Eles são SERES HUMANOS e, portanto, cometem erros como todos os outros, independente da sua sexualidade. Erro maior é o de quem inicia um comentário com "nada contra" e logo em seguida mostra-se "pré-conceituoso" (estabelece um conceito previamente equivocado, pois desconhece o que fala).

Lendo o comentário anterior, inicialmente, fiquei impressionada como ele se encaixava na descrição de um comportamento tipicamente heterossexual: "Não veêm se estão acompanhadas ou se a pessoa ja é envolvida. Levam pra um mundo fora dos padrões da pessoa e conseguem iludí-la." Eu vi e vejo isso nos 28 anos da minha "vida heterossexual" (às vezes, devido a pessoas como o depoente acima, tenho até vergonha de me colocar como tal...).

"Hj a questã de ser gay não é de berço como se pensava os cientistas e sim da safadeza humana." Um dia já se acreditou que os negros não tinham alma, que as mulheres eram inferiores aos homens (em vários sentidos), que as deficiências físicas eram resultado de castigo divino, que os judeus não eram humanos etc. Hoje, em alguns lugares e algumas culturas, ainda acredita-se em desumanidades semelhantes: ainda ontem vi a notícia de uma muçulmana que seria espancada por usar bebida alcóolica em um lugar público. Hoje (espantem-se!) muitos ainda tomam isso como "safadeza", assim como acreditam que a sexualidade que não é a sua também é "safadeza". São pessoas aquém do seu tempo, cujas concepções mostram-se atrasadas e inaceitáveis nos tempos atuais da evolução humana.

Homoafetivos relacionam-se amorosamente a sexualmente como qualquer ser humano sadio. Homoafetivos têm comportamentos que podem ser julgados moralmente como corretos ou incorretos, como qualquer ser humano que vive em sociedade. A sexualidade de um indivíduo não determina se ele será mau-caráter ou inteligente ou bondoso ou espalhafatoso ou até mesmo preconceituoso; enfim, não determinará quais das inúmeras características HUMANAS ele terá em sua personalidade.

"Sexualidade e gêneros não distinguem a personalidade humana"
Não há lema mais apropriado diante dos absurdos ditos com base em concepções preconceituosas e intolerantes. Leiam e REFLITAM (isso é o que diferencia o ser humanos das demais espécies) antes de fazerem comentários indignos sobre esta especificidade da raça humana - nossa sexualidade tão plural.

Notícia: 8ª Parada Gay de Sergipe


8ª Parada Gay de Sergipe reivindica igualdade e cidadania
Evento acontece próximo domingo, 30, na Passarela do Caranguejo
24/08/2009 - 11:01


"Sexualidade e gêneros não distinguem a personalidade humana". Esse é o tema da 8ª edição da Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbias, Bissexuais e Transgêneros) em Sergipe, que acontece próximo domingo, 30, na Passarela do Caranguejo, a partir das 13h.

O símbolo de 2009 é um código de barras, representando a rotulação sofrida pela comunidade homossexual. "Não somos produtos. Somos seres humanos e não queremos ser rotulados como gays, mas sim como cidadãos. A sexualidade deve ser apreciada e frisaremos muito isso na Parada, que é essencialmente um ato político", afirma o presidente da Associação de Defesa Homossexual de Sergipe (Adhons), Marcelo Lima.

Reunindo 65 mil pessoas na edição do ano passado, a Parada de Sergipe tem se tornado uma das maiores paradas do Nordeste. "Representantes de cidades como Belo Horizonte, Recife, Salvador, Maceió e do Movimento Nacional também estarão presentes neste evento, o que reúne mais gente nas ruas".

Realizado pela Astra - Direitos Humanos e Cidadania GLBT-, o evento é apoiado pela Secretaria de Comunicação do Estado e pela Adhons, além de associações que defendem os direitos do público GLBT. Segundo Marcelo, o número de participantes vem aumentando a cada ano: "Aracaju está entrando no hall das maiores paradas do Brasil".

Em 2009 comemoram-se 40 anos da revolução de Stone Wall Inn, rebelião que resultou no espancamento e prisão de dezenas de manifestantes da comunidade GLBT e iniciou o movimento gay nos Estados Unidos e, consequentemente, em todo o mundo.

Fonte: www.infonet.com.br

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Saliva - roteiro de trabalho



Roteiro para trabalho de produção textual sobre os gêneros estudados baseado no curta-metragem Saliva:

Após assistirem ao curta Saliva disponível em http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=5083 — produzam:



  1. Um relato escrito em 3ª pessoa sobre o primeiro beijo de Marina, representado no filme;

    ou

    um relato escrito em 1ª pessoa sobre o mesmo fato, assumindo o ponto de vista de Marina;

    ou

    um relato escrito em 1ª pessoa sobre o primeiro beijo que você deu.

    Seu texto pode apresentar uma visão objetiva, apenas relatando os fatos e a sequência de ações; como também pode apresentar uma visão subjetiva, sendo construído a partir das emoções vividas especificamente nesta situação. (de 15 a 30 linhas digitadas em fonte 12)


  1. Uma carta pessoal

    ou

    um e-mail simulando um contato de Marina com Gustavo posterior ao momento do beijo.


Você pode assumir a identidade de Marina ou de Gustavo. Se optar pelo e-mail, imprima a mensagem enviada; se optar pela carta pessoal, escreva-a em papel apropriado, à mão. Em ambos os casos, não escreva menos de 10 linhas (sem contar com cabeçalho e assinatura).


  1. Uma página de um suposto diário da protagonista no dia anterior ou posterior ao seu primeiro beijo, em que faça referência a ele. O texto pode ser escrito à mão, simulando um diário real, ou pode ser digitado. (de 20 a 30 linhas)


Use nosso livro didático para conhecer as características estruturais dos gêneros a serem produzidos.

Beijos, meu lindos! =D

***

Quantidade de integrantes do grupo: 5 (número máximo, por favor não insistam).

Data final para entrega: 03 de setembro de 2009.

Data de apresentação dos grupos: 10 de setembro de 2009.

Valor: 4,0 pontos (parte da nota da Unidade VI).


NOTA FINAL:

2,0 pontos > respostas do quadro Objetivos, página 44 do nosso livro didático (entrega dia 03/09);

4,0 pontos > este trabalho (parte escrita com entrega em 03/09 e apresentação em 10/09);

4,0 pontos > prova do dia 24 de setembro;

10,0

+ 0,5 ponto extra > respostas de pelo menos dois destes seis quadros intitulados Análise: páginas 46, 51, 52/53, 58, 67, 100 (entrega dia 03/09).

+ 0,5 ponto extra > melhor trabalho.

Saliva - atividade sobre o filme


http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=5083


Este link nos leva ao site Porta Curtas Petrobrás, onde encontramos o curta-metragem Saliva.

1.Há um texto intitulado Ficha completa, que nos fornece diversas informações sobre a obra. Qual o tipo textual predominante nessa ficha? Justifique sua resposta.

2.No menu Mais sobre o filme, clique na opção Leia os comentários.
a) Copie, de algum dos comentários, uma sequência textual descritiva;
b) Copie do comentário de Thadeu Ibarra um trecho narrativo;
c) Copie do comentário de Valéria Fajardo Nobre uma sequência argumentativa.
Justifique suas escolhas.

3.Ainda no mesmo menu, selecione Leia o roteiro. Será aberto um arquivo de texto com o título SALIVA – DIÁLOGOS, leia-o. Qual o tipo textual predominante nesse roteiro? Justifique sua resposta.

4.Ao respondermos essas 3 questões, passamos por três gêneros textuais diferentes, que podemos chamar genericamente de ficha, comentários e roteiro.
a) Qual a finalidade de cada um deles, neste contexto específico (site sobre filmes curta-metragem)?
b) Esses gêneros podem ser encontrados em outras situações de interlocução como, por exemplo, podem haver textos do tipo comentário relacionados aos álbuns de fotografias do site de relacionamentos Orkut. Traga pelo menos mais um exemplo de outros contextos de circulação de algum desses gêneros.

Divirta-se! ;)

UFS 2009 - Conteúdo programático

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PROCESSO SELETIVO SERIADO 2009
LÍNGUA PORTUGUESA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO


1. Conhecimentos Linguístico e Gramatical
1.1. Língua e cultura
1.2. Variação linguística
1.3. Funções da linguagem
1.4. Linguagem oral e escrita
1.5. O signo linguístico
1.6. Fonética: vogais, consoantes, semivogais,
grupos vocálicos, grupos consonânticos
1.7. A sílaba
1.8. Ortografia
1.9. Acentuação gráfica
1.10. Crase
1.11. Estrutura das palavras
1.12. Processos de formação das palavras:
derivação e composição

2. Produção do Texto
2.1. Tipologia textual
2.2. O texto poético
2.3. Versificação e figuras de estilo
2.4. Gêneros literários
2.5. Gêneros lírico e narrativo
2.6. Descrição, dissertação, narração, argumentação

3. Conhecimento de Literatura
3.1. Conceito de Literatura
3.2. Os estilos de época
3.3. Literatura de informação
3.4. Literatura jesuítica
3.5. O Barroco brasileiro
3.6. O Arcadismo no Brasil


LEITURA OBRIGATÓRIA (Obras indicadas)

1. Assassinato na Floresta - Paulo Rangel. São
Paulo. FTD. 1993.
2. A Hora da Luta. Álvaro Cardoso. São Paulo. FTD.
1999.
3. Os Bruzundangas - Lima Barreto. São Paulo.
Difusão Cultural do Livro. 2005

Planejamento das aulas - Semestre II - 2009

PLANEJAMENTO SEMESTRAL

Colégio Jardins, 1º ano A e B, Semestre II de 2009

Unidade III


23 de julho

  • Dinâmica para apresentação da professora e dos alunos.


30 de julho

  • Revisão do conteúdo do Semestre I: Gêneros textuais/discursivos e tipos textuais (apostila).


06 de agosto

  • Gêneros textuais/discursivos e tipos textuais (atividade na apostila).


13 de agosto

  • Relato, carta pessoal, e-mail e diário (Unidade 2, Capítulo 4) (aula expositiva).


20 de agosto

  • Relato, carta pessoal, e-mail e diário (Unidade 2, Capítulo 4) (aula expositiva; continuação).

  • Exibição do curta-metragem “Saliva”; atividade no site.

  • Roteiro para trabalho de produção textual sobre os gêneros estudados baseado no curta-metragem “Saliva” (no site).

Para a aula seguinte: levar notícias (jornais impressos, revistas e internet).

*Fazer atividade sobre o curta proposta neste site! (não houve tempo para fazermos em sala!);

*No 1ª "A", não houve tempo de avisar sobre a necessidade de levar notícias para a aula seguinte. Por favor, os alunos que lerem isto, informem aos outros. Pedirei a Toinho que reforce o aviso na sala. Obrigada. ;)


27 de agosto

  • Debate e atividade sobre o curta "Saliva" (continuação).
  • Notícia (Unidade 2, Capítulo 5) (aula expositiva).

  • Análise das notícias trazidas pelos alunos.

Para a aula seguinte: levar pequena biografia de pessoa pública (artista, político, personalidade histórica etc.)


03 de setembro

  • Biografia (Unidade 2, Capítulo 7) (aula expositiva).

  • Análise dos textos biográficos trazidos pelos alunos.

  • Entrega dos trabalhos de produção textual sobre os gêneros estudados e das questões do nosso livro didático; enfim, de todas as atividades para as quais serão atribuídas notas.


10 de setembro

  • Apresentação do trabalho de produção textual sobre os gêneros estudados.


17 de setembro

  • Revisão do conteúdo.


24 de setembro

  • Avaliação.


Unidade IV

Conteúdo programático:

  • Crônica (Unidade 2, Capítulo 6).

  • Conto I (Unidade 2, Capítulo 8).

  • Conto II (Unidade 2, Capítulo 8).

  • Revisão para o vestibular: análise de “Os bruzundangas”; resolução de questões da UFS e de outras universidades.


sábado, 15 de agosto de 2009

Características dos tipos textuais

NARRATIVO:

  • Centrado no relato de um fato ou um acontecimento;

  • Percebe-se o predomínio de formas verbais no pretérito indicando um processo ou ação e de formas adverbiais para marcar tempo e espaço.


DESCRITIVO:

  • Centrado no retrato do objeto;

  • Tem como características a ausência da ação, o predomínio de predicados nominais, o emprego de adjetivos e formas verbais no presente, períodos curtos e coordenação.


EXPLICATIVO ou EXPOSITIVO:

  • Centrado na tentativa de passar informações a respeito de um conceito;

  • Apresenta um conhecimento tido como verdade, como comprovado;

  • Percebe-se o predomínio da objetividade, de comparações em função do esclarecimento de conceitos, de períodos compostos por coordenação (orações explicativas) e por subordinação (orações adjetivas).


ARGUMENTATIVO:

  • Centrado na defesa de uma ideia, de um ponto de vista;

  • Apresenta explicitamente o posicionamento do falante, que monta sua argumentação por meio de comparações, relações de causa-consequência e citações;

  • Percebe-se o predomínio de relações e progressões lógicas de ideias, palavras e/ou expressões modalizadoras e valorativas e períodos compostos por subordinação.


INJUNTIVO ou INSTRUCIONAL:

  • Centrado na passagem de uma instrução;

  • Percebe-se o predomínio de formas verbais e expressões de sentido imperativo, formas adverbiais de modo e de negação e de elemento linguístico cuja função é organizar a sequência de ações (p.e., “em seguida”).